sexta-feira, 12 de abril de 2013

Vidas que não deviam ser de ninguém.

Tenho necessidade de me manter na ignorância sobre algumas coisas dilacerantes que se passam em outras vidas que podem ser a de qualquer um de nós.
Não consigo digerir que me estou sempre a queixar, com os meus problemas e que existem pessoas que dariam tudo para os ter como delas.
Aninho-me perante dores que percebo insuportáveis e que não as saberia amenizar, engrandeço a força que se ganha quando tem mesmo que ser e acredito que a esperança que não desvanece, tem um efeito divino. Pelo menos acho que seria assim, se acontecesse comigo.
Não concebo o dia a dia de uma mãe como a Vanessa que vive de coração nas mãos sem poder baixar armas na luta contra a doença do seu pequeno menino, o Rodrigo.
A impotência para além do amor, que muitas vezes move montanhas, perante uma atrocidade que chega em forma de leucemia é algo que me trespassa o coração e sinto que é inalcançavel perceber a dimensão da dor, do desespero do que não é suposto acontecer.
Acredito que tudo acontece por uma razão, exceto quando saio da minha ignorância e fico a saber destes pedaços de outras vidas, que precisam da ajuda de todos para alimentar uma esperança que deve crescer para não deixar morrer.

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