quarta-feira, 13 de março de 2013

Isto é o que me acontece, se ficar a olhar pela janela!!


Ganhei asas e voei sem destino e sem pressa, para sentir o vento a trespassar-me as penas e o sol a aquecer o meu corpo transformado.
Quando quis pousar dei por mim num sítio que não conhecia o que me trouxe a frescura da novidade, a curiosidade própria de quem está sedenta pela descoberta.
As asas desapareceram e era novamente eu. Caminhei e a cada rosto que encarava a sensação de calma era crescente, a previsão de começar de novo tornava-se mais real, o vento e o sol faziam-me companhia para me dar alento e perceber que não ia ficar sozinha.
Não queria parar e as forças não se esgotavam. Algumas pessoas rasgavam um sorriso que aquecia ainda mais aquele dia que não queria por findo.
Num largo, uma pequena fonte jorrava uma límpida e apetecível água que me convidou a aproximar. Quando obedeci, fui levada a olhar para o meu reflexo e não me vi, não era eu embora me sentisse eu novamente. Reflectidas estavam as mesmas feições, as mesmas marcas da idade mas não era eu. Bebi da água assimilando aquela mudança que me trazia um novo desafio e com o qual não me sabia capaz de lidar.
Continuei o meu caminho e percebi que o percurso seguia por uma estrada sem fim, numa linha infinita de pessoas e lugares a viverem as suas vidas acolhendo-me como deles e a alimentarem a minha fome de bons sentimentos e boas sensações.
Decidi não parar, decidi que aquele dia não ia terminar, decidi beber em todas as fontes para me confirmar como nova e não me senti mais igual nem sozinha porque no resto do caminho o vento e o sol estiveram sempre lá.

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